Network Flow - SOF - SUA_ saiba mais sobre o sangramento uterino anormal

SUA: saiba mais sobre o sangramento uterino anormal

A saúde ginecológica das mulheres envolve inúmeros fatores, que vão desde os cuidados íntimos, um ciclo menstrual minimamente regular, o SUA, hábitos de higiene e uso de roupas confortáveis para promover a circulação de ar na área íntima, entre outros exemplos.

A menstruação é um fenômeno natural marcado por um sangramento mensal que pode durar, em média, uma semana e é caracterizado por ser a descamação das paredes internas do útero quando não ocorre a fecundação com o espermatozóide.

Contudo, podem ocorrer alguns sangramentos fora do período menstrual, o que deve servir de alerta para uma investigação médica para verificar a origem desse quadro. Confira mais sobre o sangramento uterino anormal (SUA) e que cuidado feminino é necessário.

O que é o SUA?

O SUA é definido como a perda excessiva de sangue menstrual. É importante lembrar que este apresenta características diferentes da menstruação. Estima-se que o problema afeta 30% das mulheres e é responsável por um quinto das consultas ginecológicas no mundo.

O sangramento excessivo do SUA pode ocorrer em qualquer idade entre a primeira menstruação (menarca) e a última menstruação (menopausa). Mas o mais comum é que ele ocorra próximo a esses dois extremos da vida reprodutiva da mulher. 

Vale mencionar que o SUA impacta a qualidade de vida das mulheres com esse quadro, seja no aspecto físico, emocional e social.

Entenda mais sobre a origem 

O SUA é um problema complexo que pode apresentar diferentes causas. Em mulheres não gestantes existem dois tipos de causas. O primeiro deles são os estruturais, o que inclui os seguintes quadros:

  • Endometriose;
  • Pólipos;
  • Disfunção ovulatória;
  • Doenças malignas;
  • Hiperplasia endometrial. 

O segundo tipo são os não estruturais: coagulopatias, disfunção ovulatória ou alterações endometriais. Independentemente de qual seja a causa, é recomendado buscar um(a) ginecologia imediatamente.

Cerca de 90% dos casos ocorrem por conta de uma disfunção ovulatória, ou seja, quando os ovários não liberam um óvulo com regularidade (ovulação). Isso diminui as chances de gravidez. 

O sintoma (sangramento) pode ser mais frequente e envolver a perda de mais de 90 ml de sangue ou uma menstruação que dura mais de sete dias, mas ocorre em intervalos regulares.

É preciso buscar sinais de vários sintomas, incluindo o hipotireoidismo, hipertireoidismo e doença hepática, além de se realizar exame físico em áreas como a vulva, a uretra, o períneo a região anal. 

Por fim, o(a) ginecologista também deve avaliar o aspecto do canal vaginal e do colo do útero e verificar se existem lesões, fissuras, infecções, corpos estranhos e até câncer.

Conheça mais sobre o tratamento

Antes de iniciar qualquer acompanhamento, é fundamental reconhecer quais são os sintomas mais frequentes dessa condição clínica, como polimenorreia (sangramento maior que o previsto).

Existem basicamente dois tipos de tratamentos. O primeiro deles são os não hormonais como o ácido tranexâmico, que reduz o sangramento e auxilia o sangue a coagular todos os meses nos quatro primeiros dias de ciclo menstrual. 

Esse ácido não é contraceptivo e pode ter como efeitos colaterais náusea, vômito e diarreia.

O outro tipo são os hormonais, como o SIU (Sistema Intrauterino). Esse  pequeno dispositivo intrauterino libera progestina, o que deixa o revestimento uterino fino e reduz as cólicas e o fluxo sanguíneo menstrual. 

Diferentemente do ácido tranexâmico, o SIU pode até fazer a menstruação parar totalmente. O SIU tem efeito contraceptivo que pode durar até 5 anos e pode provocar efeitos colaterais como sangramento irregular (especialmente nos três primeiros após a colocação), acne e sensibilidade mamária.

Por ser um quadro clínico que pode confundir no começo e parecer com a menstruação, é essencial ir a um(a) ginecologista para que este avalie melhor o quadro e, em caso positivo, indique o melhor tratamento para o seu organismo. 

Texto: Gustavo Marques

Tags: No tags