Ter débitos acumulados é, infelizmente, uma parte constante da vida de muitas famílias brasileiras. De acordo com dados mais recentes, 78% das famílias brasileiras estão endividadas e muitas pessoas têm que arrumar renda extra — com aplicativos para motorista, por exemplo — para conseguir fechar as contas.
Só que o pior é o percentual das famílias que possuem dívidas em atraso, que chega a 30% dos entrevistados. Em outras palavras, o brasileiro está devendo muito e, em boa parte das vezes, não consegue arcar com os pagamentos.
Logo, atrasa as dívidas e entra numa verdadeira armadilha por causa dos juros. A maior parte dessas dívidas diz respeito a cartão de crédito, modalidade que possui os juros mais altos do mercado.
Felizmente, hoje em dia existem várias formas de negociar as dívidas e conseguir sair dessa espiral de prejuízos. Confira algumas dessas formas no texto de hoje.
Autoconhecimento financeiro
Segundo o dicionário, autoconhecimento é o “conhecimento que uma pessoa tem sobre si mesma”. Esse sentido também se aplica ao autoconhecimento financeiro, que implica em ter conhecimento a respeito de suas próprias dívidas.
Como o endividamento é uma bola de neve, a tendência é que ele cresça indefinidamente enquanto os juros alimentarem sua trajetória. Isso significa que grande parte dos endividados sequer sabe quanto realmente deve, tampouco para quem deve.
É por isso que o primeiro passo para sair de uma situação de débitos acumulados é fazer a seguinte pergunta: “quais são as minhas dívidas?” Nesse sentido, é possível criar uma planilha contendo as informações dos seus credores e o montante devido a cada um deles.
Ao saber para quem você deve, fica mais fácil identificar e procurar a empresa para fechar um acordo e pagar a dívida.
Qual a dívida mais cara?
Por falta de conhecimento sobre finanças, a maioria das pessoas não sabe como identificar o custo de uma dívida. Muita gente acha que a dívida mais cara é aquela de maior valor – ou seja, uma dívida de R$ 5.000 é mais cara do que uma dívida de R$ 1.000.
Só que, na verdade, a dívida mais cara é aquela que tem os maiores juros. Então, uma dívida de R$ 5.000 que rende juros de 2% ao mês é muito mais barata do que uma dívida de R$ 1.000 que rende juros de 11% ao mês.
É por isso que o cartão de crédito é considerado o serviço mais caro do mercado, pois tem os juros mais altos.
Portanto, ao começar a identificar suas dívidas, classifique-as conforme o total de juros que incidem sobre o valor principal. Quanto maiores os juros, mais cara é a dívida e maior deve ser a prioridade em pagá-la.
Busque um acordo
Conhecendo as suas dívidas e qual o preço de cada uma delas, o próximo passo é a negociação de fato. E as instituições bancárias sempre estão abertas a negociar pagamentos que envolvam a redução ou até a completa retirada dos juros.
Mas para isso, você precisa saber quanto pode arcar com o pagamento daquela dívida. Faça os cálculos de juros, veja as opções de parcelamento que caibam no seu bolso e leve a proposta até o credor.
Além do sinal de boa-fé, essa estratégia permite que você saiba exatamente quanto pode pagar sem comprometer o seu orçamento. E isso é o ponto fundamental para o passo seguinte desta lista.
Honre o acordo até o fim
Uma vez que o acordo esteja fechado, ele geralmente envolve o pagamento de parcelas durante um longo período – às vezes alguns anos. Por isso é importante que você pague cada parcela pontualmente, sem quebrar o acordo.
Para isso, escolha um valor que caiba no seu bolso sem que seja necessário comprometer outras despesas. Se você não conseguir arcar com os pagamentos e quebrar o acordo, pode ter dificuldades para conseguir uma nova negociação mais para frente.
Não faça mais dívidas
Este passo serve para o pós-pagamento, quando você finalmente estiver livre das dívidas que contraiu, negociou e pagou. Afinal, a última coisa que queremos é voltar a ser esmagados por uma bola de neve, certo?
Ao se ver livre das dívidas, estabeleça objetivos financeiros, como evitar:
- Exceder nas compras parceladas;
- Gastar mais do que o que ganha;
- Pegar crédito de forma impulsiva;
- Comprar sob fiação.
Coloque uma meta para gastos parcelados (10% do seu orçamento, por exemplo) e se mantenha fiel a esta meta.
E, o mais importante, retire pelo menos 10% do seu ganho mensal para investir e formar uma reserva de emergência. Dessa forma, você ficará protegido contra imprevistos e diminuirá o risco de se afundar em novas dívidas.