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Cuidados com a volta ao presencial: como proteger seus funcionários

Para alguns colaboradores, a volta ao trabalho presencial pode ser mais complicada. Veja como facilitar esse processo

Pode não parecer, mas o medo de voltar ao trabalho é tão real que tem nome: Forto (fear of returning to the office) ou “medo de voltar para o escritório”, em tradução literal. Engarrafamentos, ônibus lotados e ambiente estressante são alguns motivos por trás desse pavor. No entanto, há também motivos mais profundos por trás, como insegurança e medo de não conseguir se adaptar ao ambiente coletivo.

Manter a limpeza adequada dos escritórios é fundamental, mas outras medidas também são importantes para deixar o ambiente seguro. Ações que promovam a inclusão e a saúde mental podem afastar o Forto dos colaboradores. 

Vacinação

Um dos receios por trás da volta ao expediente presencial pode ser o medo de contaminação. No Brasil, 75,7% da população está com o primeiro ciclo vacinal completo, ou seja, com as duas doses da vacina ou com a dose única (16 de abril). Mas quem tem contato com idosos, grávidas, pessoas de baixa imunidade e crianças pode ter o medo de contaminá-los.

Algumas cidades já liberaram a retirada de máscaras em ambientes fechados. Porém, isso pode ser estudado no ambiente de trabalho. Qual a porcentagem de pessoas vacinadas no seu escritório? As equipes se sentem seguras em ficar sem máscara dentro das salas?

Embora não seja obrigatório pelo Estado, não é inconstitucional a exigência da vacinação — o empregador pode exigir que o empregado se vacine, pois, a saúde coletiva deve ser maior que o direito individual. Então, saber se o funcionário se vacinou e solicitar a imunização é importante para manter o ambiente saudável e protegido.

Limpeza local

Além da Covid-19, o ambiente de trabalho também permite que outros vírus circulem, como os da gripe. Dessa forma, manter um distanciamento de 1,5 m entre os profissionais, circulação de ar, e limpeza de todos os móveis é fundamental para a manutenção da saúde dos funcionários. 

E quando o escritório tem ar-condicionado, o que fazer? A melhor medida é escolher modelos capazes de renovar o ar interno. Em dias mais frios, pode-se optar por abrir as janelas e usar ventiladores — desde que se mantenha o conforto térmico no local.

Formato híbrido

Funcionários com filhos, que moram longe, que cuidam de outras pessoas ou têm uma vida mais agitada viram no home office a oportunidade de usar o tempo gasto em engarrafamento em atividades mais úteis (ou até mesmo em descanso). A volta brusca ao presencial pode não ser tão agradável a esse grupo, já que ele terá que readaptar a rotina bruscamente, pela segunda vez, em dois anos. Então, como facilitar essa adaptação?

Uma escolha interessante é beneficiar tanto empresa quanto funcionários. O formato híbrido permite que o trabalhador exerça suas funções alguns dias da semana em casa, enquanto outros devem ser cumpridos no escritório. Essa adaptação é menos brusca do que a mudança total ao formato presencial, principalmente se o funcionário julgar que todas as suas atribuições podem ser feitas em casa.

A empresa pode exigir que pelo menos dois dias do expediente sejam cumpridos presencialmente. Com o tempo, passar esse número para três dias, se for necessário.

Revezamento

Com o formato híbrido, também entra o revezamento: alguns profissionais ficam no escritório três vezes por semana, enquanto outros ficam dois. Essa forma de trabalho também permite que haja um distanciamento maior entre as cabines, aumentando a segurança de quem estiver no escritório.

Outro fator importante no revezamento é a saúde coletiva. O trabalhador está resfriado? Diga para cumprir suas funções em casa e, se sua função for essencial no escritório, peça para que outra pessoa, com as mesmas atribuições, fique no local durante esse período. Depois, o funcionário adoecido pode compensá-lo trabalhando presencialmente.

Auxílio psicológico

Palestras e workshops também serão fundamentais nessa volta. O setor de Recursos Humanos pode contar com profissionais da saúde e especialistas em segurança do trabalho para falar sobre medidas que vão muito além da higiene. Nessas conversas, é essencial que o funcionário se sinta estimulado a falar sobre os receios que sente na volta ao trabalho presencial, como também pode dar ideias aos gestores sobre como manter a empresa segura. Isso ajudará na saúde mental do funcionário.

Se possível, mantenha um psicólogo à disposição para conversar com as equipes individual ou coletivamente.